quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Ervas Daninhas - Alain Resnais

Dono de uma filmografia primorosa pontilhada de algumas obras-primas do cinema francês, como "Hiroshima, Meu Amor" (1959), "Ano Passado em Marienbad" (1961), "Muriel" (1963), "A Guerra Acabou" (1966), "Providence" (1977), Resnais levou longo tempo afastado das câmeras, retornando em 1997 com o irregular"Amores Parisienses" (1997) e o razoável "Medos Privados em Lugares Públicos" (2007). Está agora nas telas da cidade com o excelente "Ervas Daninhas", onde o veterano cineasta francês (87 anos) mostra todo o seu poder autoral mostrado nos seus primeiros filmes. A narrativa, como acontece nas mais importantes obras do realizador francês, não segue uma linha dramática tradicional. A trama é deslocada do real, com os personagens pisando o tempo inteiro no terreno movediço da ilusão, dos lapsos de memória, como aconteceu em "Hiroshima" e "Marienbad". A dúvida é estimulada o tempo todo pelo diretor, vide os personagens que não sabem se devem ou não se aproximar. Em suma, "Ervas Daninhas” encanta também pelo seu rigor artístico. Que venham outros Resnais.

Fados - Carlos Saura

Fados (Co-produção Espanha-Portugal) - Direção: Carlos Saura
Depois da realização de alguns filmes que o colocaram no topo dos cineastas da Espanha ("Ana e os Lobos" (1972), "Cria Cuevos" (1976), "Olhos Vendados" (1978), "Bodas de Sangue" (1981), "Doces Momentos" (1982), "Antonieta" (1982)), Saura enveredou para os filmes musicais ("Carmen"(1983), "Ai! Carmela" (1990), "Sevilanas" (1992), "Flamenco" (1995), "Tango" (1998) e "Fados" (2007)), este último em cartaz no circuito do Cine Unibanco-Glauber Rocha. Um espetáculo de primeiríssima categoria com a câmara tomando como ponto de vista os bailarinos através de audaciosos movimentos de "travelings" e "long-shots". Imperdível para os fãs de bom gosto.